***CANTO DE AMOR*** Homenagem a minha mãe querida!
Nara Pamplona
Quando, em outras pairagens, soube que você havia aceito receber-me em seu seio maternal, meu coração pulsou de imemorável alegria e, de forma quieta, acomodei-me em seu ventre, aguardando o momento tão desejado, que era o de renascer através de seu amor.
Chegado o momento grandioso, senti um pouco de medo, não por você, mas pelos rumores intensos que me alertavam para os perigos e obstáculos que me aguardavam.
Mas, aquietando o coração, entendi que com você estaria segura e, finalmente, senti a luz que me arremessou ao mundo.
Criança, experimentei o doce sabor de seu carinho incondicional, representado por cuidados e desvelo, principalmente naqueles momentos em que meu espírito queria fraquejar, desistindo da luta, o que me fez mais forte e tranquila.
Adolescente, compartilhei com você as dores, sofrimentos, e alegrias do amor primeiro, quando se revelou, não só a mãe, mas a amiga compreensiva e sábia, com quem pude contar até nas traquinagens próprias da idade.
Adulta, deu-me reforço e ânimo, nos momentos difíceis da concorrência por um lugar ao sol, vendo-me, finalmente, conquistar os louros do bacharelato, e o início da árdua carreira escolhida. Deu seu apoio na escolha de amores incertos, como também o certo, que se delineou, desde o primeiro olhar, como meu amor maior.
E, assim, após a perda do meu pai, amigo e companheiro maior, permanecemos juntas, compartilhando, são só os momentos de aflição, assim também,os de imemoráveis alegrias, agora, já tendo ao nosso lado, aquele que se tornou nosso esteio e ombro acolhedor.
Terminado seu ciclo, você retornou ao verdadeiro lar, quase ao mesmo tempo que o amor da minha vida, ambos deixando-me uma incalculável vazio, atualmente preenchido pelos irmãos e sobrinhos que me legaste como filhos do meu coração.
Mas, mãe querida, no dia que se aproxima e no qual se homenageia aquelas abnegadas mestras da vida, tenha a certeza que, não obstante estejamos separadas pela linha dimensional corpórea, nossos espíritos permanecem entrelaçados, aguardando que, finda a minha jornada, possamos reencontrar-nos no brilho do espaço infinito, vivendo e revivendo os laços que cultivamos em toda a nossa caminhada.
Receba,Minha Mãe,onde estiver, o meu beijo agradecido e saudoso, com a certeza que não nos encontramos por ocaso e, que certamente, antes que me escolheste, eu já a havia eleito para me conduzir e me orientar na presente passagem terrestre.
Que Deus a abençõe e ilumine, permitindo que sua estrada seja permeada de lindas flores, com o perfume insondável dos jardins eternos.
10/05/2003
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Nara Pamplona
Enviado por Nara Pamplona em 06/05/2008