"GERREIROS DO AMOR"
Nara Pamplona
Ainda criança, sua silhueta difusa
Passeava em meus sonhos,
E me indagava, sem a compreensão ainda definida,
Quem seria a figura linda e forte a visitar minhas noites infantis!
Cabelos negros emolduravam um rosto sagaz e determinado,
Suas vestes guardavam um corpo delgado, porém másculo!
Sua voz, morna e serena, afagava meus ouvidos,
Com palavras inintelingíveis ao meu coração de menina.
O tempo decorreu sem que surgissem avisos ao meu coração
Da chegada do amor sonhado e desejado
E com alma aflita, imaginava que ficaria sozinha
Eis que, ao que parecia, a imagem de meu eleito era parte de um sonho!
No auge do desengano, em circunstâncias inesperadas,
Vejo-o sentado à minha frente, com aparência já conhecida
E a emoção invadiu todo o meu ser,
Fazendo-o tremular de forma incontrolável.
Tive a certeza, então, de que já nos conheciamos
Que nossos destinos vinham entrelaçados à seculos
E que, guerreiros que sempre fomos,
Prosseguiriamos na luta enceta e não finda
Assim, foi!...
Com nosso amor fortalecido nessa nova experiência,
O conhecimento solidificado pela troca de vivências outras,
O amor iluminado pela certeza do reencontro.
Você partiu novamente, com certeza para iniciar tarefas maiores
Eu permaneci no campo de batalha do nosso orbe,
Talvez com o ânimo um pouco desfalecido,
Mas confiante de que fomos e continuaremos guerreiros do amor!
Meu espírito soluça com as dores de sua ausência,
Meu corpo ressente-se da falta do seu,
Minha mente sente-se orfã do contato com sua inteligência,
Meus olhos prescrutam o infinito em busca dos seus.
No entanto, sei!!!
Embora distanciados por dimensões diversas
Nossos espíritos continuam interagindo, confiantes e tranquilos
De que nada acabou!
Que em um futuro por nós não definido,
Essa distância não mais existirá,
E que, em outras paisagens, seja em que tempo for,
Persistiremos em nossa luta, armados, somente, com a espada do amor!
17/11/2004
Nara Pamplona
Enviado por Nara Pamplona em 20/04/2008
Alterado em 07/05/2008